A questão da desigualdade entre os sexos é um problema antigo: mulheres ganhando um salário menor do que os homens mesmo trabalhando nos mesmos cargos; casos de assédio sexual, violência física e moral de homens contra mulheres, homens se utilizando do fato de serem homens para conquistarem maior poder, status e renda. Quando isso acontece é um retrocesso que se instala na sociedade. Isso provém da antiguidade, quando a força física imperava entre as virtudes e era a forma de dominação. Hoje em dia a força física já não tem todo esse valor, apesar de ainda ser mais valorizada no homem, mas a força intelectual, da qual ambos os sexos são portadores em igual medida.
A pergunta é: o que isso tem a ver com ideologia de gênero?
Antes de qualquer discussão sobre ideologia de gênero precisamos entender o significado de alguns termos:
Igualdade de gênero: Significa que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e deveres. Também conhecida como igualdade sexual, esta é considerada a base para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e discriminações. Responsabilidades, direitos e oportunidades devem ser igualmente concedidas para todos os gêneros, sem haver qualquer tipo de restrição baseada no fato de determinada pessoa ter nascido com o sexo masculino ou feminino.
Identidade de gênero: É o conceito de que a identidade sexual é diferente da identidade biológica, ou seja, o meu corpo não determina a minha sexualidade. Se tenho corpo de homem eu posso me identificar como uma mulher, se tenho corpo de mulher eu posso me identificar como um homem.
Deste modo, os defensores da nomeada “ideologia de gênero” identificam gênero como a projeção de tudo aquilo o que a sociedade e a cultura esperam que seja típico do comportamento masculino e feminino. E, segundo eles estes comportamentos, não precisam estar obrigatoriamente ligados ao sexo atribuído.
Orientação sexual: Esta última se refere à preferência sexual que uma pessoa possui e que pode ser dividida em: assexual, homossexual, bissexual e pansexual, por exemplo.
Mas como surge a ideologia de gênero?
Para entender a história: A “ideologia de gênero” está sustentada e embasada nas ideias marxistas. Karl Marx, no século XIX, deixou inúmeros artigos e anotações sobre a origem da Família e da propriedade privada. Dessas anotações derivou um livro chamado “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, o qual foi organizado e complementado por Friedrich Engels. Marx dizia que não adiantava expropriar os meios de produção dos capitalistas se a instituição opressora: a Família Natural (pai, mãe e filhos) que nutria o capitalismo ainda estava intacta. De acordo com Engels (1884, p. 70-71): “O primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia (homem casado com uma só mulher).”
Ideólogos, teóricos de gênero e feministas utilizam a palavra GÊNERO com sentido político e também educacional, inserindo este ideal através da cultura (TV, filmes, livros, artes etc). Com o objetivo de mudar a cosmovisão (visão de mundo) do indivíduo.
O que o Feminismo tem a ver com isso?
Simone de Beavoir (1908-1986), uma das feministas mais importantes da história dizia: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”.
Para ela, o corpo biologicamente predisposto para ter filhos é como uma prisão para a mulher. Ela diz que a família é culpada por essa opressão. Assim como a família, o casamento e a maternidade, segundo ela, estão na origem da opressão e dependência femininas e são os empecilhos para que vivam a sua liberdade. Aqui nós tocamos num dos pontos fundamentais: a definição do conceito de que a família e a maternidade são opressoras.
Como a função da ideologia de gênero é a eliminação da desigualdade entre os sexos (e, hoje, a eliminação dos preconceitos para com as minorias) o feminismo começou a criar teorias de como é possível que a mulher não seja mais oprimida pela sociedade machista.
A também Feminista Judith Buttler defende que não existe ligação nenhuma entre biologia e papel social – nossa opção sexual não tem nada a ver com o nosso corpo biológico. Ela dizia: “Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”
Começa aqui o ataque à família
O que mais define uma mulher como uma mulher senão a maternidade? Porém, para as feministas extremas, a maternidade é uma forma de opressão biológica. Assim começa-se um grande movimento feminista para a questão do gênero.
Elas concordavam que a família é o instrumento burguês de opressão contra as mulheres, mas não existia uma base ideológica forte que serviria para abalar essa instituição extremamente opressora (vide o fracasso dos marxistas soviéticos, os quais não conseguiram destruir a instituição familiar).
Então, tiveram de concordar com Leon Trótsky: é impossível destruir a família, mas é possível substitui-la por alguma outra coisa. Isto apareceu aos poucos e evidenciou-se com os estudos da teoria crítica dos membros da famosa Escola de Frankfurt (a autoridade da família deveria ser desconstruída, desfeita, desmontada).
O caso trágico da família Reimer foi a primeira experiência, com cobaias, da ideologia de gênero. Uma circuncisão mal sucedida, pais jovens e inexperientes e as ideias absurdas de Dr. John Money.
A ONU – Organização das Nações Unidas, já se posicionou a respeito e teve o apoio do Brasil, veja o documento:
Gênero corresponde “aos atributos sociais e [às] oportunidades associadas ao fato de ser homem ou mulher e às relações entre mulheres e homens, entre moças e rapazes, como também às relações entre mulheres e às relações entre homens. Esses atributos, oportunidades e relações são socialmente construídos e aprendidos no curso do processo de socialização. Eles são específicos de certos contextos e épocas e mutáveis”. A partir daí fala-se num consenso mundial em relação ao termo (que gênero identifica um papel social).
A educação e a nossa cultura Judaico Cristã
No âmbito familiar, por causa da cultura Judaico Cristã, eles entendem que é mais difícil que se ensine essas coisas em nossas casas. Por isso, as escolas estão se tornando o veículo de implementação dessa nova cultura. A ideia é assim, mudar a visão da sociedade com o fim de eliminar todo tipo de opressão, violência, desigualdades e discriminações. No Brasil, o Ministério de Educação já está implementando essa visão nas escolas.
– Revisam livros de educação.
– Promovem sensibilidade de gênero.
– Introduzem o tema da orientação sexual e identidade sexual nos currículos das escolas, ali é associado a um direito.
– Livros escolares desconstroem estereótipos masculino e feminino.
– Banheiros da diversidade.
– Implantação da ideologia de gênero por meio dos – Planos Estaduais e Municipais de Educação.
A Bíblia e a doutrina ideológica
Como no pensamento bíblico essa ideologia de gênero é algo impensável, não encontramos nenhum texto bíblico que possa nos orientar diretamente, mas ainda assim a bíblia nos orienta a fim de nos dar sabedoria para lidar com coisas desse tipo.
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Gênesis 1:27.
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2.
“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não toque!”? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos.Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” Colossenses 2.20-23
Percebemos que a ideologia de gênero, com todas as suas teorias, quer eliminar a diferença conceitual entre homem e mulher. A ideia é fazer com que a sociedade entenda que não é porque um homem tem corpo de homem que ele é homem ou não é porque uma mulher tem corpo de mulher que ela é mulher.
A pergunta: é possível negar a biologia? É possível negar a maternidade?
Será que se educarmos as nossas crianças desde pequenas a serem “neutras em sua sexualidade”: nem meninos nem meninas, elas vão conseguir assimilar isso? Será que isso realmente vai resolver o problema da desigualdade e preconceito no mundo?
Foi publicado recentemente pela revista The New Atlantis um importante relatório intitulado “Sexualidade e Gênero: achados das Ciências Biológica, Psicológica e Social” [1] de autoria de dois dos principais estudiosos sobre saúde mental e sexualidade da atualidade que são os Drs. Lawrence Mayer e Paul McHugh. O documento de 143 páginas baseia-se em mais de 200 estudos revisados por especialistas em ciências biológicas, psicológicas e sociais, e coloca por terra os princípios da famigerada ideologia de gênero aplicados à orientação sexual e identidade de gênero.
O documentário Norueguês chamado Hjernevask “O paradoxo da igualdade” de Harald Eia, identifica questões bem interessantes: A Noruega é o país com menos desigualdade entre os sexos do mundo (dado de 2008), pois vêm se trabalhando essa questão de gênero há muito tempo. No entanto se percebeu que homens e mulheres estavam escolhendo profissões mais adequadas aos seus sexos. O documentário identifica a má argumentação dos teóricos de gênero.
Richard Lippa completa: “em um país mais rico, como a Noruega, você de fato está livre para seguir o que você quer da vida”. Enquanto em países mais pobres, você se preocupa mais em ter um emprego e um bom salário, logo mais gente escolhe profissões mais bem pagas e com mais oportunidades, como tecnologia, apesar de sua predisposição genética.
Segundo Sergio Schüler não adianta almejarmos uma proporção de 50–50% em carreiras técnicas ou humanas, pois as próprias pessoas “sub-representadas” não querem isso. O que devemos sim é garantir que todos ambientes tratem com igualdade, sem favorecimento ou discriminação, todos que estão nele. Existe uma grande diferença entre tratar todas as pessoas, independente de qualquer característica, com respeito e forçar que todos sejam iguais. Remover impedimentos e entraves faz sentido, mas mudar as regras, baixar a barra ou oferecer incentivos só para atingir um equilíbrio artificial não faz o menor sentido.
No entanto, não importa o quanto se esforce por negar a biologia ou considerá-la uma opressão, mulheres serão sempre XX e homens serão sempre XY. Portanto, o discurso dos teóricos de gênero não é compatível com a realidade.
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